Por: Marcelo Cavalcante de Lima
O setor de automóveis e comerciais leves encerrou o mês de julho com 162.402 unidades vendidas, registrando uma queda de 4,24% em relação ao mês anterior, esse foi o segundo pior resultado do ano, o resultado negativo é parcialmente justificado pela paralisação total ou parcial de várias montadoras no mês corrente, a falta dos semicondutores continua freando a recuperação do setor.
As vendas acumuladas totalizaram em julho 1.169.087 veículos vendidos, anotando um crescimento em comparação com o mesmo período do ano anterior de 26,21%. Esse volume é praticamente igual ao realizado no ano de 2017, quando comparamos com o ano de 2019 o setor registra uma queda de 21%.
A falta de componentes eletrônicos parece ter atingido seu ápice no mês de julho, interrompendo a produção parcial ou total da maioria das montadoras instaladas no Brasil.
O cenário para o mês de agosto promete ser um pouco melhor com o retorno parcial da produção da GM, mas com certeza a crise global dos semicondutores continuará afetando o desempenho do setor, destacando que no mês de julho quase todas às fábricas de eletrônicos foram afetadas pela falta de componentes.
As vendas no mês de junho fecharam com 169.596 unidades vendidas, registrando uma queda em relação ao mês anterior de 3,31%, quando comparamos com o mesmo período de 2020 o setor anota um crescimento de 38,14%, essa sazonalidade no volume de vendas no primeiro semestre, intercalando crescimento e queda é justificada pelo baixo volume de estoque em dias nas concessionárias e montadoras, o mês de maio encerrou com um estoque suficiente para atender apenas 15 dias de vendas.
A Associação das Locadoras (ABLA) estima que mais de 400 mil veículos deixarão de serem vendidos para às locadoras em 2021 pela falta de disponibilidade das montadoras, mesmo assim a entidade projeta compras para o ano corrente entre 380 mil a 400 mil automóveis e comerciais leves.
As vendas no varejo estão representando 57,22% das vendas totais e o atacado (vendas diretas) 42,78%, Fiat lidera as duas modalidades.
RANKING DE MARCAS
O ranking no mês de julho tem como novidade a segunda posição da Toyota, a marca parece ter conseguido acelerar sua produção em julho.
A liderança pelo sétimo mês consecutivo permanece com a Fiat, a marca Italiana mantém um desempenho em vendas muito acima de seus principais concorrentes, registrando um crescimento nas vendas acumuladas de 99,78%, a maior concentração de suas vendas está no Estado de Minas Gerais, 36,60% de suas unidades foram direcionadas no 1º semestre para os mineiros, demonstrando forte participação nas locadoras. Sua participação de mercado fechou o mês de julho com 26,90% e no acumulado 22,88%, a marca teve um ganho de participação em relação ao mesmo período do ano anterior de 8,42%, “ela cresceu uma Toyota”. E para fechar o mês com chave de ouro, seus três principais modelos foram os mais vendidos no mês.
A segunda posição inédita vendas no mês foi da Toyota, destacamos o excelente resultado de vendas de seu novo modelo o Corolla Cross, ficando com a 8ª posição na Geral e a terceira posição na categoria SUVs, a Toyota Hilux fica na 10ª posição no ranking geral.
As paralisações parciais na produção da VW afetaram muito seu desempenho no mês de junho/julho, seu principal modelo VW/GOL registrou uma queda nas vendas de 61,94%, ficando apenas com a 26º posição no ranking, diante desse cenário a terceira posição no mês e a segunda no acumulado é uma vitória.
A GM permanece sendo a marca mais afetada pela crise dos semicondutores, encerrando o mês de julho com uma queda de 66,52% em relação as vendas mensais no mesmo período do ano anterior. Entre as 10 marcas mais vendidas é a única que registra queda nas vendas acumuladas, suas vendas acumuladas caem 17,54%.
VENDAS POR ESTADOS
FOTO ANEXADA NOME “vendas por estado”
O Estado de São Paulo lidera as vendas nacionais com um participação de 21,75%, nas vendas mensais no mês de julho os paulistas foram vice, perdendo a liderança no mês para os mineiros, foram vendidos em São Paulo em julho 32.857 veículos e no acumulado 254.305 unidades. A marca que lidera as vendas para os paulistas é a VW, seguido da Fiat e Hyundai.
Os mineiros lideraram as vendas de julho e permanecem na segunda posição no acumulado, suas vendas mensais foram de 35.956 unidades e no acumulado 248.712 veículos. A marca que mais está vendendo em Minas é a Fiat, seguida distante pela VW e GM. É sempre bom relembrar que o grande volume de vendas no Estado de Minas Gerais é turbinado pela forte participação nos emplacamentos das locadoras, que obviamente escolheram Minas pelos incentivos fiscais.
O Paraná fecha o trio, foram vendidos em julho 10.456 veículos e no acumulado 77.668, a marca que lidera as vendas no Estado é a VW.
Ranking de modelos de automóveis e comerciais leves
Na primeira posição temos o Fiat/Argo o modelo vendeu em julho 10.873, anotando um crescimento em relação ao mês anterior de 15,92%, suas vendas no mês foram concentradas 50,45% em Minas Gerais, suas vendas acumuladas totalizam 52.797, registrando um crescimento de 92,11%.
A Fiat/Strada lidera as vendas acumuladas com 70.502 veículos, suas vendas mensais registram queda no mês de julho de 2,66%, o comercial leve continua com fôlego e sua lista de espera permanece longa.
Na terceira posição, completando o trio Fiat, temos o Mobi, no acumulado o modelo ocupa a 5ª posição e suas vendas registram um crescimento de 130%.
Destaque do mês para as vendas do novo modelo da Toyota ocupando a 8ª posição, o Corolla Cross tem um preço sugerido de entrada de 151.790 na versão de entrada até 188.000 na versão híbrida, a versão híbrida vendeu 1.550 unidades e as versões Flex 3.518.
No mês de agosto as montadoras devem continuar sofrendo com as dificuldades impostas a crise dos semicondutores, mas o retorno da produção da GM deve movimentar um pouco o mercado.
Outras análises serão realizadas após a publicação dos resultados da indústria pela Anfavea, onde analisaremos a produção, exportações, estoques e projeções.