Até recentemente, Brunno Ricardo Soares, analista de customer experience, estava gastando cerca de R$ 1 mil mensais em seus deslocamentos pela cidade de São Paulo, solicitando carros por aplicativo quase diariamente. Desde o início de outubro, porém, ele mudou a forma de transporte. Soares adotou a modalidade de assinatura e garante que, mesmo tendo um carro à disposição o tempo todo, a troca não resultou em grande alteração no gasto mensal.
O analista de CX diz que não tinha intenção de manter um veículo e estava satisfeito com o transporte por aplicativo, uma boa alternativa para uso esporádico. No entanto, por razões médicas, passou a depender mais de automóvel. Soares faz tratamento contra um câncer e, por isso, sua rotina implica visitas a médicos e hospitais.
Devido à pandemia e a seu estado de saúde, ele diz que estava evitando o transporte público. Mas, por outro lado, seu gasto com carros por aplicativo aumentou. Soares começou a analisar diversas opções, incluindo financiamento e consórcio, e acabou optando pela assinatura. “Achei mais prático esse serviço”, afirma, acrescentando que, na modalidade, não teria gastos extras como seguro e manutenção. Outra vantagem mencionada por ele foi a agilidade na entrega. “Nas concessionárias, a fila de espera tem média de 120 dias”, diz.
Plano de 36 meses
Ter um carro à disposição o tempo todo passou a ser ainda mais importante porque, além de tratar de sua própria doença, nesse meio-tempo sua sogra também adoeceu, o que aumentou a necessidade de deslocamentos. “Minha rotina é ir de casa para o hospital”, afirma.
Soares contratou, na Movida, um Fiat Mobi, por 36 meses. As três primeiras prestações custam R$ 705 e, a partir do quarto mês, as parcelas sobem para R$ 1.410. Ele informa que optou por um plano com franquia um pouco maior, de 1.500 quilômetros mensais (as opções partem de 1.000), como margem de segurança para eventuais viagens.
Ele informa que fez a cotação pelo aplicativo, e, no dia seguinte, um consultor da empresa entrou em contato para saber se havia alguma dúvida. “Sanei as questões, fiz o pedido e a Movida deu prazo de até 20 dias para entregar o carro. Mas, logo depois, informaram que ele estaria disponível no dia seguinte. Demorou 48 horas para eu estar com o carro na mão.”
O analista de CX afirma que, caso tivesse dinheiro para comprar um carro, o Mobi não seria o modelo de sua escolha. Apesar disso, garante que o hatch “atende” as suas necessidades atuais. “Estou extremamente satisfeito com ele, no trânsito”, diz. Tanto que Soares até consultou a Movida para saber da possibilidade de aquisição do carro, no fim do contrato. No entanto, de acordo com a empresa, isso não é possível, embora a prática seja permitida em outras empresas, caso da Flua!, plataforma que oferece modelos da Fiat e da Jeep.
O que a Movida prevê, em caso de interesse, é a prorrogação do contrato por até 180 dias, mediante reajuste. Após esse período, é necessário fazer um novo contrato.
Assinatura com “entrada”
Embora um dos atrativos do carro por assinatura seja o fato de a modalidade não prever nenhuma entrada, o Renault On Demand (serviço de assinaturas da marca francesa) está oferecendo a possibilidade de o cliente antecipar um valor maior no primeiro pagamento, em troca de parcelas reduzidas ao longo do plano, além de um desconto, que pode chegar a 17%.
De acordo com a empresa, a opção é vantajosa para quem pode dispor da quantia inicial. Com entrada de R$ 13.926,33, a mensalidade de um Kwid Zen, no plano de 24 meses, será de R$ 804,40. Nesse exemplo, o valor total chegaria a R$ 32.427,53, desconto de R$ 4.709,35, ou 12,68%. Para compra, essa versão custa R$ 58.490.
“Com prestações menores, o carro acaba impactando menos na renda do cliente”, afirma Romain Darmon, gerente-geral do Renault On Demand.
O sistema de assinatura com entrada já é adotado pela empresa em alguns países europeus. No Brasil, a marca é a primeira a oferecer essa opção.
Os planos são de 12, 18 ou 24 meses, e há opções de franquia de 1.000, 1.500 e 2.000 quilômetros mensais.
Fonte: Mobilidade Estadão