Fonte: Abraji
Algumas das principais bolsas internacionais voltadas para jornalistas já estão com inscrições abertas. São programas disputados e que demandam planejamento – tanto de freelancers quanto de repórteres, editores e gestores com vínculo empregatício nas redações. O período sabático varia de poucas semanas a um ano. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) dá dicas de como se preparar para os processos seletivos.
O primeiro passo é assinar newsletters de várias organizações jornalísticas, como a Abraji, que mantém semanalmente um quadro sobre dicas de bolsas e cursos de longa/curta duração no exterior. O site da IJNet (Rede de Jornalistas Internacionais), projeto do International Center for Journalists (ICFJ), é indicado para quem quer uma atualização contínua das iniciativas disponíveis de treinamentos e fundos que financiam reportagens de coberturas específicas, como alimentação, negócios e meio ambiente. O ICFJ também disponibiliza várias oportunidades de viabilizar os estudos fora do Brasil.
Outra organização-chave para conhecer fundações e institutos é a Global Investigative Journalism Network (GIJN), o maior centro de apoio à prática de jornalismo investigativo no mundo. Além da lista da GIJN, é possível encontrar dicas para freelancers, como, por exemplo, ficar atento a termos e condições, tópicos prioritários e estabelecer objetivos tangíveis. Também é necessário observar se o doador da bolsa permite que a pessoa continue trabalhando remotamente para empresas jornalísticas brasileiras.
“Estamos sempre atualizando e ampliando esse material sobre bolsas e oportunidades. Como uma organização de fomento ao jornalismo investigativo, acreditamos na importância que a participação em programas e especializações tem para a formação de um bom jornalista”, afirma Ana Beatriz Assam, editora brasileira da GIJN.
Outros sites e portais são focados em ajudar freelancers ou também apresentam instituições americanas que oferecem treinamentos para recém-formados.
Quem já passou pelos processos seletivos alerta para a necessidade de não se deixar levar por uma primeira resposta negativa. “Outro aspecto que ajuda é não se intimidar com critérios mínimos que muitas vezes as instituições colocam, mas que, na prática, nem sempre é aquilo”, opina Luiz Fernando Toledo, cofundador da agência de dados independente Fiquem Sabendo e diretor da Abraji, que já ganhou três bolsas consecutivas de bolsas de prestígio internacional e que agora está na Brown Institute, nos Estados Unidos. “Acredito que se a pessoa consegue demonstrar habilidades, vale a pena concorrer mesmo que você tenha menos tempo de profissão que é exigido”, completa.
“Fazer um mapa mental do que você precisa reunir em relação a documentos – como cartas de recomendação e testes de proficiência de idioma – pode evitar frustrações”, sugere Maria Esperidião, gerente-executiva da Abraji e ex-bolsista do Reuters Institute, ancorado na Universidade de Oxford, cujos estudos de pós-graduação na Inglaterra também foram subsidiados pelo programa Chevening, do governo britânico. “Até mesmo para concorrer para uma conferência ou workshops de duas semanas, como o promovido pelo Dart Center, da Universidade Columbia, em Nova York, me dediquei por meses”, completa.
James Phillips, responsável pelo Chevening no Brasil, afirma aqui que é preciso apresentar, de forma clara e a partir de exemplos concretos, um conjunto de habilidades pessoais, como liderança e networking.
Confira o prazo final nas próximas semanas e meses
O Reagan-Fascell Democracy Fellows Program oferece bolsa de cinco meses, em Washington, nos Estados Unidos, para ativistas, pesquisadores e jornalistas em busca de ideias e perspectivas novas sobre democracia. O prazo de inscrição é apertado: 31.out.2022. Veja detalhes aqui.
O programa Chevening concede bolsas de estudo para alunos de mais de 160 países, com o objetivo de patrocinar pós-graduação no Reino Unido sobre temas abrangentes e mais abertos. Não tem limite de idade. As candidaturas só serão aceitas até 1.nov.2022, por meio do site oficial.
Para quem almeja se tornar parte do John S. Knight Journalism Fellowships, em Stanford, na Califórnia, as inscrições para a bolsa de dez meses abrem daqui a nove dias dias (1.nov.2022) neste site. Candidatos não precisam ter passado por redações tradicionais ou terem concluído o ensino superior. São 20 vagas.
A Nieman Fellowship, uma das mais consagradas do mundo, está com inscrições abertas até 1.dez.2022. O programa financia dois semestres em Harvard, nos Estados Unidos. Serão 24 profissionais escolhidos para o ano letivo 2023-2024. Saiba como participar aqui.
O Knight-Wallace Fellowships, que proporciona um sabático na Universidade de Michigan, aceita inscrições de candidatos internacionais até 1.dez.2022. Tudo é enviado pela internet por meio do portal do programa.
Jornalistas que cobrem política podem se inscrever na Kiplinger Fellowship, que será realizada em uma semana (19 a 24.mar.2023), na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos. A bolsa é focada na cobertura do discurso político, extreminismo, agências governamentais e na preservação da democracia. As inscrições vão até 20.nov.2022 por este site.
A escola de assuntos globais de Yale, nos Estados Unidos, também aceita jornalistas para o Maurice R. Greenberg World Fellows Program. O prazo vai até 7.dez.2022 e os documentos devem ser enviados aqui.
A Rainforest Investigations Network, rede do Pulitzer Center que dá suporte a repórteres que pretendem apurar temas sobre a Amazônia (ou outras florestas tropicais do mundo), também abriu seu processo seletivo. A organização dá suporte financeiro, além de cursos e verba de custeio para o jornalista realizar a sua investigação. As inscrições vão até o dia 15.dez.2022. Veja como participar aqui.
O Dalla Lana Fellowship in Global Journalism, oferecido pela Universidade de Toronto, no Canadá, termina seu processo seletivo em 17.fev.2023.
2023-2024
A partir de janeiro, outros programas tradicionais que recebem jornalistas do Brasil abrem os processos seletivos, como Reuters Institute, da Inglaterra.
Confira abaixo outras organizações para acompanhar:
World Press Institute
World Journalist Fellowship
Knight-Bagehot Fellowship in Economics and Business Journalism
Spencer Education Fellowship
Tow-Knight Center for Entrepreneurial Journalism
Escuela de Periodismo UAM – El Pais
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