A volta do feriado de Tiradentes no País foi de intenso mau humor no mercado financeiro. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) caiu ontem 2,86%, para 111.077 pontos, enquanto o dólar disparou 4%, cotado aR$ 4,80. O movimento foi semelhante no resto do mundo, com quedas generalizadas no mercado acionário.
Não faltaram notícias para aumentara aversão a orisco. No mercado externo, o principal vetor para aqueda das Bolsas foi o discurso mais duro de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), indicando aumento dos juros já na reunião de maio. As preocupações foram reforçadas pela fala da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, admitindo que a inflação “seguirá conosco por mais um tempo”.
Com o recrudescimento inflacionário no mundo todo, a expectativa é de que o movimento dos EUA na política monetária seja apenas o início de uma onda global de alta dos juros. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse que é grande a chance de azonado euro elevaras taxa sem 2022.
Neste cenário, o Dow Jones caiu 2,82%; a Nasdaq, 2,55%; e o S& P 500,2,77%. Na Europa, o índice Cac, de Paris, recuou 1,87%; o Dax, da Alemanha, 2,48%; e o FTSE 100, de Londres, 1,39%.
No mercado interno, as pressões vieram tanto do lado político como do econômico. O embate do presidente Jair Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao deputado Daniel Silveira ajudou a pressionar o câmbio diante dos riscos institucionais.
Outro motivo de preocupação foi a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspender por 20 dias o julgamento da segunda etapa da privatização da Eletrobras. A decisão inviabiliza o plano do governo de privatizara estatal até 13 de maio. (O Estado de S. Paulo/Renée Pereira e Paula Dias)