Esta é mais uma história sobre uma mulher incrível, de superação, resiliência, digna de roteiro de Hollywood.
Sandra Nalli aos 14 anos já dirigia o fusca vermelho do pai e começou a trabalhar na área de reparação automotiva como jovem aprendiz, em uma grande rede do país. Foi amor à primeira vista graxa. E como todo amor, também vieram decepções e desafios, principalmente por ser mulher. Certa vez, se ofereceu para gerenciar a oficina da empresa que trabalhava e a resposta foi NÃO. Então, se colocou à disposição para estudar e aprender a fazer manutenção dos carros. E mesmo após cursos e especializações na área, frases como “Não tem um homem para vistoriar o meu carro?”, “Mas, você tem habilitação?” eram ditas por clientes. Resiliente, ela respondia que sim, mas exigiam sempre que um homem da equipe estivesse junto com ela vistoria. Nunca desistiu, até que conseguiu a oportunidade.
Como voluntária na Fundação Casa, percebeu que podia formar alguns detentos que tinham vocação para o trabalho de reparador automotivo. Já na época, havia certa dificuldade para se encontrar no mercado bons mecânicos. Era sua chance de ouro. Com o impacto social sempre presente em sua vida, Sandra formou, empregou e deu novas oportunidades para essas pessoas.
Começou com 10 salas em um estacionamento até ir para um barracão bem rústico e simples, onde começou os primeiros passos no empreendedorismo, oferecendo cursos de capacitação. Na lista Páginas Amarelas, ligava de oficina em oficina para oferecer os mecânicos já formados. Daí, nasceu o App Emprega Mecânico.
Sabendo que não havia espaço para erros, estudou mais e praticou mais. E quando a procura aumentou, resolveu comercializar uma parte dos serviços, até que virou franquia em 2016. E decolou.
Sandra está com 42 anos e hoje, a Escola do Mecânico tem 10 redes próprias e 26 franquias espalhadas por Goiás, Minas Gerai, Paraná, Pernambuco, Rio De Janeiro, Rio Grande Do Sul, Santa Catarina e São Paulo. São 460 instrutores de treinamento e 296 colaboradores. Recebeu R$ 1 milhão da Yunus Corporate, – foi um dos poucos negócios fundado por uma mulher a ser selecionado – e o valor está sendo investido (em diversas áreas) para ampliar a capacidade de impacto: no marketing da empresa, em contratações de pessoas, promovendo novos cursos e adquirindo tecnologias.