A inenarrável e insuportável guerra na Ucrânia destrói a vida, mas também a economia global. Os números do mercado automotivo europeu nos últimos cinco meses são devastadores. Quase todas as montadoras perderam mercado, fecharam fábricas, produziram menos. A Europa que já fabricou 17 milhões de veículos anualmente pode não chegar aos 10 milhões neste ano.
E não se sabe qual será o desfecho desta tragédia na Ucrânia, que é o último evento disruptivo para a economia global e para a preservação da humanidade. Ainda mais se o conflito escalar ao “cogumelo atômico”. A humanidade já assistiu este filme de horror em Hiroshima e Nagasaki.
Nos dados revelados na quarta-feira pela Associação dos Fabricantes Europeus, a indústria automotiva desceu a ladeira, sem freios. A Volkswagen recuou 25% em vendas; a Stellantis, em 30%; Jeep, 36%; Skoda, 34%. São as marcas que mais perderam no terceiro maior consumo global. A Europa continua como o mercado dos consumidores mais exigentes e qualificado em produto. E há poucas exceções, na perda generalizada. A Hyundai aumentou suas vendas em 9,8%, a Porsche em 14%, Kia e Renault em 22%. As marcas que cresceram tiveram modelos bem-sucedidos.
As razões para a retração no setor tanto na Europa quanto globalmente estão relacionadas não somente à guerra na Ucrânia, mas às crises diversas que assolam o mundo. O clima fora de controle gera estiagens dramáticas que encarecem os alimentos. Chove demais no Brasil ou na África do Sul. As consultorias automotivas preveem que as montadoras não se recuperarão antes de 2024. (Correio do Povo/Renato Rossi)