A Petrobras voltou a solicitar que o diesel renovável, fruto do coprocessamento de óleo vegetal com diesel, seja considerado biodiesel. Para o diretor de relacionamento institucional e sustentabilidade da Petrobras, Roberto Ardenghy, é importante que a nova rota tecnológica seja aceita no mandato de biodiesel presente no diesel.
Ou seja, a Petrobras quer que os percentuais de mistura obrigatória de biodiesel ao diesel (que será de 15% em 2023, chamado de B15) possam ser cumpridos também com o uso do novo produto. Assim, seria possível atender ao B15 usando parte o biodiesel convencional e parte o diesel verde.
De acordo com Ardenghy, a Resolução nº 45/2014 da Agência Nacional de Petróleo (ANP) exclui a maior parte das rotas de produção no mandato. “Existe hoje uma regulamentação que precisa ser ampliada e incorporar novas tecnologias”, disse o executivo, durante participação no evento Biodiesel Week.
Por sua vez, a diretora da ANP, Symone Araújo, rebateu as críticas da Petrobras. Ela alega que a agência não faz políticas públicas e que o debate sobre a introdução do diesel renovável na matriz dos transportes está centrado, hoje, no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Ela defende que o diesel renovável proposto pela Petrobras e o biodiesel convencional são produtos diferentes e que não há, hoje, no arcabouço regulatório, impeditivos à produção do diesel renovável.
“Se a Petrobras decidir, de forma muito sábia, olhar paras as unidades de refino e transformá-las em biorrefinarias, ela pode fazê-lo agora. Não há do ponto de vista regulatório nenhum impedimento”, afirmou.